quinta-feira, março 17, 2005

Conclusões rápidas duma vista de olhos pelo Génesis...

No início da história bíblica da Criação o Homem vivia no Paraíso Terrestre em perfeita felicidade. Não havia sofrimento e não era preciso trabalhar. Existia no entanto um objecto estranho estranho no centro do Jardim, a árvore do Bem e do Mal. Como toda a gente sabe, Deus proibiu Adão de se alimentar dessa árvore, sob pena de encontrar a morte, mas a serpente conveceu Eva a comer e a dar o fruto também a Adão (até os animais falavam no Paraíso). Como castigo Deus expulsou a Humanidade do Éden e assegurou-lhes um futuro de sofrimento, frisando bem qual a razão: "O Homem tornou-se um de Nós, conhecedor do bem e do mal." (Gen, 3, 22).
Portanto, até dar ouvidos à serpente, a Humanidade não conhecia o Mal. Mas poderá tal conceito existir sem o seu contrário? Se o Homem não conhecia o Mal, também não conhecia certamente o Bem (aliás, a árvore chama-se precisamente do bem e do mal). Há portanto duas conclusões a tirar:
1) O Homem era feliz antes desta história toda. Para o autor do Génesis, a felicidade é ignorância.
2) Ninguém deve ter um conhecimento tão perfeito do Bem e do Mal como Deus. Será Deus infinitamente infeliz?